Tem algumas coisas que ficaram impregnadas na memória, me lembro até hoje do meu vô Joaquim me ensinando a tomar sopa. Ele ensinava que quando a sopa estava muito quente eu tinha que pegar a sopa da borda do prato, em pequenas quantidades. Faço isso até hoje e penso nele. Outra que é certa, quando o café com leite estava muito quente ele pegava outra caneca e transferia o café com leite de uma caneca a outra para esfriar, como faz para saber se já está esfriando? Quando começa a espumar. Talvez sejam coisas óbvias e tão simples mas lembro dele ensinando esses pequenos segredos de sobrevivência para a netas.
Era muito bom quando faltava luz, vovó Cati ia logo pegar uma vela para acender e esse momento era mágico. Aquela sensação de medo pelo escuro e a luz da vela que chegava clareando.
E quando tinha alguma tempestade, com raios e relâmpagos ela nos proibia terminantemente de pegar qualquer objeto metálico, com medo de sermos atingidos por um raio.
Quando chegava a noitinha, depois da janta, a vovó Cati, saia com a gente para dar uma volta na rua. Ela ia dando seus passos lentos e distraídos, olhando as vitrines. Iamos correndo na frente, eu minhas irmãs, para pular marelinha macaca em frente a Sapataria Mister, mais a frente ela encontrava a sua amiga Dona Jacira, que era a esposa do Seu Benvindo do Bar Sport, alí elas conversavam distraidamente e depois voltávamos para casa. As vezes ela nos levava na Sorveteria Xodó para tomar sorvete, aonde o nosso preferido era o sorvete de flocos.
Bons tempos. Só guardo boas lembranças e muita saudade.
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