sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Vovó Aracy

Minha avó Aracy nasceu em Linhares, na rua Boa Vista. Era filha de Seu João Ribeiro de Paiva e Dona Petronilha Reis Paiva. Casou--se com Maurício Neves Fernandes.
A vovó era uma pessoa maravilhosa! Já falei dela antes. Mas uma pessoa como ela não se pode falar apenas uma vez.
Ela era uma mistura de excêntrica, adorável, engraçada, variava do gentil ao rude com muita facilidade e com senso de humor e crítico bastante aguçados. Dá pra ver com facilidade que era uma pessoa de personalidade extremamente forte,carregada de um pouco de tudo isso que eu falei o que a tornava uma pessoa inesquecível. Eu como neta lembro do lado mais engraçado.
Ela vinha nos vistar aos domingos. Vinha de ônibus , pois nesse tempo ela morava lá nas Populares. Sempre chegava , já reclamando do motorista sem educação que mal esperava os passageiros entrarem no ônibus e já saia arrancando.Ela entāo dizia, naquele tom jocoso:

- Naiazinha, mal me sentei e o motorista deu aquela arrancada. Nāo dá tempo nem de sentar. Quase que minha bolsa cai por pouco que o saco cheio de pāes nao saiu rolando pelo chāo. Agarrei a tempo. Mas deixa...deixa... Cada um por sua vez!

Ela sempre trazia pāes que ela fazia por encomenda e a entregadora oficial do seus pāes era  minha irmā Jacqueline. Às vezes eu ia junto com Jack fazer as entregas.
Uma vez nossos pais foram ao cinema e a pediram para tomar conta da gente. Tudo ia muito bem, ela brincava com a gente de bico siririco,quando uma de nos abriu uma caixa cheia de papel higiênicos e começamos a fazer uma guerra de rolos, e ela entrou na brincadeira. Foi maravilhoso ver vovó jogando papel higiênico e se escondendo atrás do sofá para se defender. Naquele momento ela virou criança igual a gente.
Em tempo de finados, ela avisava com antecedência que ia passar para pegar Jacqueline, outra vez a pobre da Jack, para ajudar a lavar as sepulturas da família. E lá vinha ela com baldes, vassouras, sabão e palha de aço, acompanhada de mais duas netas "voluntárias forçadas",para pegar Jack e irem para o Cemitério do Centro.
Ela adorava um leque. Não saia de casa sem um leque na bolsa. Eu admirava a habilidade com a qual ela manuseava o leque , abrindo e fechando, esse movimento fazia um barulho gostoso e eu ficava ali olhando e ouvindo atenciosamente meio que hipnotizada, pois ao mesmo tempo que ela se abanava ela estava a contar alguma coisa engraçada que havia acontecido.
Olha não da para falar da Dona Aracy num texto só. Acho que vou ter que escrever o  Vovó Aracy II.

2 comentários:

  1. Noooossa, ontem falei na casa da tia Cida sobre esse famoso: "Deeeeiiixa.."
    hahahahahaha

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    1. Olha Fabíola, tem tanta coisa que eu vou lembrando depois que eu postei o texto. Mas "deixa" eu vou escrever outros mais. Kkkkkkkk

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