quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A vovó Petronilha

A minha bisavó materna se chamava Petronilha Reis, originária de Barra do Riacho. Casou-se com João Ribeiro de Paiva, provavelmente originário da Bahia, conforme pesquisas recentes que fiz da origem da família. Vieram morar em Linhares no inicio do século XX e se estabeleceram na rua Boa Vista. Em Linhares tiveram seus filhos cujos nomes começavam todos com a letra A: Arthur(falecido ainda criança),Aracy, Anita,Antônio,Alcy e Alvina. Esta era a família Reis Paiva.
Mulher dinâmica Dona Petronilha tinha uma horta no terreno em frente da sua casa e  no porão de sua casa ela iniciou a primeira padaria de Linhares, cheguei a conhecer as ruínas  daquele que um dia fora o forno.
Já vi fotos de minha querida bisavó de pé, mas até onde chega a minha memória só lembro dela numa cama, parece que ela levou uma queda num chão encerado e nunca mais andou. Ela era uma mulher magra, morena, sempre lúcida e muito amável. Mamãe amava muito a avó e nos levava para visitá-la com frequência. Ela tinha uma lata sempre com balas para nos dar.
Uma certa vez foi feita uma arrecadação de dinheiro na família para comprar para ela uma cadeira de rodas. Lembro de quando fomos dar um passeio com ela, aquela turma de bisnetos rumando para a pracinha dos bichos empurrando a nossa amada bisavó. Ela tinha um carisma enorme,  todos a adoravam! Quem ia empurrando era Sabrina, os maiores iam bem perto e os menores de passo mais curto, como eu, iam ficando para trás.
Não passou muito tempo desse passeio, que eu nunca esqueci, a nossa querida vovó Petró se foi. Não estou certa do ano, mas creio que tenha sido em 1973,mais ou menos.
Eu não entendia o que era a morte, mas nunca esqueci a cena de minha mãe sentada chorando e papai ao seu lado a confortando e eu agachada ao chão abraçada às pernas de mamãe sem entender o por que. Naquele tempo os velórios eram feito em casa então os adultos mandavam as crianças ir brincar lá fora, talvez para não presenciarmos a dor da perda ou para aliviar os que sofriam deixando-os chorar em paz, então a gente se dava as mãos e ia brincar de roda para passar o tempo.

"Eu não entendia o que era a morte"...

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