A pracinha dos bichos era o nosso paraíso. Bastante arborizada e jardins sempre cuidados, tinha uma quadra e dividia o espaço com o Jardim de Infância Menino Jesus. A principal atração era um mini zoológico com exemplares da Mata Atlântica: jacaré, macaco, cobra, capivara, preá,tucano, papagaio, arara e outras aves. Mas tinha também a parte dos brinquedos com balanços, gaiola, trapézio, gangorra que fazia a alegria geral da petizada. Quando a gente queria balançar e todos os balanços estavam ocupados, a gente se encostava no suporte do balanço e esperava a vez.
O grande medo da minha mãe, lá na pracinha, era o lago. Ela tinha medo de afogamento. Lá tinha um lago, com muitos peixes, que circundava uma pequena ilha a qual se tinha acesso por duas pequenas pontes. Com muito custo , depois de pedirmos muito ela finalmente permitia que fossemos brincar na pracinha, com a promessa de não ir próximo ao lago. Foi numa dessas idas que surgiu uma brincadeira "deixa eu te segurar senão você cai". A brincadeira era que alguém se aproximava de você, quando estivesse perto do lago, então abruptamente empurrava e segurava dizendo " deixa eu te segurar senão você cai". Foi numa dessas que Alvina, minha prima, fez isso comigo, e eu no ímpeto da reação realmente a derrubei dentro do lago. Foi aquele Deus nos acuda para tirar ela lá de dentro, e todo mundo ficou espantado com o meu feito pois, eu era a menor da turma e Alvina já era bem grande e esperta. Mas, com isso descobrimos que o lago não era tão fundo quanto mamãe pensava.
Nesta foto pode-se ver o lago e com bastante cuidado vê-se as pontes.
Foto extraída do Memorex Linhares
Mas eu sei dentro do meu coração, que, aquela pracinha não existe mais no mundo real. Ela só existe no imaginário de quem viveu em Linhares nas décadas de 60 e 70 e reconhece nestas linhas a "Pracinha dos Bichos" da qual eu estou falando.
Nossa história começa aqui!