quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O Jardim de Infância Santa Terezinha


Depois que terminei o jardim no Menino Jesus, fui fazer o pré-primário no JIST - Jardim de Infância Santa Terezinha.
O meu mundinho estava aumentando. Antes o meu domínio era a pracinha dos bichos, a rua Boa Vista, e o lado de cá da Av. João Felipe Calmon. O Santa Terezinha ficava do lado de lá da João felipe Calmon, ao lado da igreja matriz. Sempre alguém me levava e buscava, perdi o direito de ir sozinha para a escola, pois o jardim era "muito longe".
O uniforme do Santa Terezinha era menos gracioso que o do Menino Jesus, mas era bem prático. Era uma blusinha xadrezinha azul e branca, abotoada atrás,na frente tinha  dois bolsos um pequeno do lado direito aonde lia-se "JIST" e um bolso maior mais embaixo ao meio com o nome da criança bordado,os bordados eram vermelhos, shortinho azul, modelo unissex. A minha avó Clothildes se via doida todo começo de ano com as encomendas dos bordados de bolso do jardim.
Escola nova, novos coleguinhas. Não tinha mais a minha companheira Katinha que havia se mudado para outra cidade. Conheci então uma menina chamada Clara, nós a chamávamos de Clarinha, e o mais engraçado e que ela bem loira e clara, o nome combinava bem com ela. Ela tinha uma irmã que se chamava Ilana e outra pequeninha , que ainda não ia ao jardim que se chamava Simone, de alguma forma me identificava com essas três meninas pois parecia a edição renovada do trio lá de casa. Os pais sempre as buscavam pois moravam lá na Mobrasa. Outra que morava longe e os pais também vinham buscar era Adriane, eles moravam lá nas Goitacazes estas coleguinhas se foram com o tempo pois nunca mais as vi , mas tive outras que fui amiga por muitos anos e que tenho contato ate hoje, por exemplo a Ivana Serafim.
Os móveis da escola eram todos pequeninos , as cadeiras baixinhas e as mesinhas aonde sentavam quatro crianças.
A minha professora do pré se chamava Solange e a diretora era ninguém menos do que a amável e querida tia Leninha. As crianças todas, sem exceção, adoravam a tia Leninha.
Na hora do recreio cantávamos aquela canção:

"Alegre cantamos
A canção do dia
Tá na hora do recreio e a
Sineta vai tocar
Delelém, dem, dem
Delelém, dem dem"

Na hora da saída ficávamos em frente da escola esperando os pais buscarem , tinha um portão longo que parecia uma porteira, subíamos em cima e ficávamos brincando no balanço do portão.
Foi quando um dia todos os pais buscaram os seus filhos e nada de ninguém vir me buscar. A tia Solange entrou para buscar alguma coisa e eu fiquei sozinha brincando no portão. Eu olhava para a rua e não vinha ninguém, nem mamãe, nem Idalécia... Aquela agonia da espera foi crescendo, e então eu me decidi e fui embora sozinha. Foi aquele reboliço.
A partir desse dia minha mãe viu que eu era capaz e que o jardim não era assim tão longe, e assim me restituiu o direito de ir e voltar sozinha.
O Fim do ano chegou. Estávamos todos alfabetizados e prontos para ir para o 1º ano escolar, o primeiro de muitos, é o momento que todos mudam de escola e assim a gente perde  alguns amigos mas outros nos acompanham e seguimos em frente pois outros tantos se agregam. A próxima etapa para mim foi o Castelo Branco.
Mais tarde com a idade de 10 anos tive que voltar ao jardim.Ei, não se assustem, não foi como aluna. É que chegou a vez de Fabinho, o meu irmão mais novo passar pelos mesmos caminhos que eu passei, e como eu conhecia muito bem o caminho do jardim era eu que levava e buscava.

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