sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O Primeiro Verão em Conceição da Barra

O nosso primeiro verão em Conceição da Barra foi em 1972.
Papai alugou uma casa no centro , era uma casa branca com detalhes em azul claro, atrás da igreja matriz.  Era uma casa antiga , estilo casarão. Subia-se uma escada para chegar à varanda que era comprida e estreita. Não era muito distante da praia uma pequena caminhada passando em frente ao Hotel Cricaré e a praia estava ali diante dos nossos olhos.  Este foi o primeiro ano do resto de nossas vidas que passamos verão na Barra.
Praia de águas mornas, aonde a criançada curtia muito nas marés baixas as famosas "pocinhas" , que eram nada mais que piscinas naturais formadas na baixa da maré.
Haviam umas que eram verdadeiras piscinas bem fundas. Mamãe ficava muito alerta pois essas inocentes poças na maré alta, criavam correntezas e se transformavam nos conhecidos "buracos" muito perigosos havendo risco de afogamento.
Íamos para a praia levando esteiras, naquele tempo não tinha o conforto das cadeiras de alumínio. Caminhávamos levando, sombrinha, chapéu, bronzeador "Tan-o-Ton". Estava super na moda naquele ano um adesivo que a gente colocava no braço e depois quando tirava o adesivo fica uma tatuagem natural na pele. Mamãe estava grávida do meu irmão e naquele tempo as mulheres grávidas usavam um biquini com uma cortina , para não mostrar a barriga.
A Barra era uma cidadezinha bem tranquila, muito diferente dessa dos dias de hoje. A tarde eu e minhas irmãs íamos brincar no calçadão da igreja ou andar a toa na pracinha que era rodeada de casinhas antigas todas coladas umas nas outras e aonde tinha um vigia que proibia de colocar os pés nos bancos, ele ficava de olho, botava-se o pé e lá vinha o vigia. Engraçado é que ele não conseguia tomar conta da criançada mascando chiclete e jogando no chão pois a pracinha é carimbada de chiclete por toda a parte até hoje, olha esse chicletes sao antigos! Fazem parte da memória barrense.
Tudo que acontecia era novidade, um dia de manhã acordamos com a notícia que tinha uma preguiça pendurada na árvore da igreja então fomos correndo para ver a preguiça. Mas para que tanta pressa? Com certeza ela não ia sair correndo.
Sempre tinha um parque que se instalava na cidade, o meu brinquedo favorito era a barquinha quando balançávamos alto podíamos avistar longe.
Na frente da praia, aonde hoje é o Spaçus, havia um cemitério abandonado. Alguns restaurantes e bares de Linhares, na temporada, se transferiam para a Barra em cabanas, lembro muito bem da Churrascaria Rodeio que em Linhares era na rua da Conceição, mas na Barra era a Cabana Rodeio e ficava de frente para o mar ao lado do Dunas Clube e quase em frente ao cemitério abandonado.
Nos fins de semana  era reunião de família, os irmãos de mamãe vinham com seus filhos para curtir a praia.
Foi num destes fins de semana que aconteceu uma quase tragédia que no fim virou uma comédia...
A continuar...
"A  praia" por Mônica Louzada 

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