sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O prédio

Morávamos na Av. Joao Felipe Calmon, 454. Um prédio do estilo dos anos 50. Foi construído pelo meu avô Joaquim Lopes e seus filhos.
Embaixo do prédio haviam duas grandes lojas, nessas duas grande lojas que se comunicavam pelos fundos funcionava " A Casa Lopes", tinha também uma outra pequena loja que servia mais de depósito e uma porta da rua para a escada que levava ao andar de cima.No primeiro andar haviam dois apartamentos um onde morávamos e no outro os meus avós paternos. No andar de cima haviam mais dois apartamentos de aluguel e uma suíte aonde morava tia Dalila. No fundo do nosso apartamento tinha uma escada que dava acesso ao quintal.
Era muito bom morar ao lado dos avós que estavam sempre prontos a cuidar de nós e tanto eles quanto meus pais trabalhavam logo em baixo, na Casa Lopes.
Nos meus primeiros anos o assoalho da nossa casa era de taco encerado. Lá em casa tinha um escovão de ferro, bem pesado, que era usado para dar brilho após a cêra. Depois papai comprou uma enceradeira elétrica. 
A tia Dalila que morava no segundo andar era muito caprichosa, então tinha um moço que vinha periodicamente encerar o chão do seu quarto. Se eu não me engano a gente chamava ele de João Gato por que ele miava igual um gato de verdade. A cêra usada era a Parquetina e no símbolo desta cêra tinha o desenho de um homem que eu achava muito parecido com ele. O cheiro da cêra no ar era bom. Cheiro de casa limpa e arrumada para o fim de semana.
Mais tarde por volta de 1973 papai mandou passar sinteco no assoalho. Ficou lindo, super brilhante. Mas acabou a magia do cheiro de cêra no ar e de passar a enceradeira também o que era muito divertido.

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