sábado, 19 de dezembro de 2015

A Chácara do Banestes


Ao lado do nosso prédio era o Banestes. Banco para mim não significava nada uma vez que eu era apenas uma criança. Mas,o Banestes foi o banco das nossas vidas. Voce deve estar se perguntando: Como assim? Não estou entendendo. Calma eu já explico.
Como disse no início,o banco era ao lado do nosso prédio. Era logo ali na esquina da João Felipe Calmon com a rua João Francisco Calmon era uma pequena agência  com uma residência em cima para o gerente, entre a Casa Lopes e o Banestes havia um muro gradeado, mas o que tinha de melhor estava exatamente aí atrás: era uma chácara! Sim uma chácara enorme com um pomar imenso. Lá tinha inúmeras árvores goiabeiras, araçá, pitangueiras, fruta do conde(ficava encostadinha d nosso muro e a fruta sempre dava do nosso lado), mangueiras. Era um paraiso!
De quebra fomos abençoados com os vizinhos que eram da nossa faixa etária: Marister, Helinho e Katinha.
Katinha foi minha primeira amiga, que foi no Menino Jesus ao mesmo tempo que eu. Eu e ela não sabíamos ler ainda, mas a vontade de aprender era grande, então sentávamos embaixo da pitangueira cheia de livros e fingíamos que estávamos lendo.
Nós viviamos, eu e minhas irmãs, lá na chácara a brincar de pique, casinha ou marelinha e quando mamãe chamava para vir embora a passagem mais comoda era simplesmente pular o muro. Esse muro, uma vez, foi motivo de uma guerra. Estávamos no nosso quintal e os nossos vizinhos estavam sentados em cima do muro dizendo que o muro pertencia a eles. Aquilo para nós foi uma afronta pois sabíamos que o nosso prédio foi construido primeiro portanto o muro havia sido construido pelo meu avô. Estávamos nós eu, minhas irmãs e as primas naquela disputa pelo muro.Lá em casa tinha sempre tinha um cacho de banana pendurado que meu avô trazia da roça, e as minhas primas adoravam comer banana, foi quando Sabrina descascou uma banana para comer, pequeno prazer no meio dessa briga, e naquele gesto natural de jogar fora a primeira mordida, ela pegou aquele pedaço e arremessou em direção ao muro atingindo o nariz de Marister , que por sua vez começou a chorar. Os vizinhos bateram em retirada e nós morrendo rir com a guerra ganha, " o muro nos pertencia".
Em outros tempos de paz, Dona Dalva nos fazia passar o tempo ensinando-nos a fazer leques de papel.
Assim o tempo passou o banco  aumentou a agência,  primeiro se estendendo em direção a Casa Lopes, era uma agência toda feita de pastilha amarela clara. Não muito tempo depois os nossos vizinhos se mudaram, o gerente do banco havia sido transferido para outra agência, foi assim que perdi minha primeira amiga. Nunca mais tivemos amizade com nenhuma família que morou ali depois que eles se foram.
Não demorou muitos anos e o banco se estendeu para a rua de trás a nova agência agora estava sendo construída na esquina da João Francisco Calmon com a Gov. Jones dos Santos Neves,eram tratores e caminhões entrando e saindo ,destruindo a chácara aonde tanto brincamos. Com a nova agência pronta a agência da João Felipe Calmon foi fechada, a rua principal de Linhares estava entrando em decadência. Linhares estava crescendo, o centro estava se expandindo mais uma vez e o fluxo estava indo em direção a rua Monsenhor Pedrinha e a Br 101.
Nova agência do Banestes sendo construída. Na chácara haviam muitas árvores e brincamos muito neste local na nossa infância.Foto fonte: Memorex Linhares Facebook

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