Pois então, ele comprou um mini-bugue , nāo sei bem que ano talvez 1977 ou 1978.
Quando meu pai apareceu em casa com aquele mini-bugue fomos à loucura. Era um Fapinha em fibra de vidro. Cor laranja e uns detalhes em preto. Cabiam apenas duas pessoas.Todo mundo queria dar uma volta.
No começo ele passeava com a gente. Mas nós queríamos mais. Queríamos dirigir o bugue. Então, ele começou a nos ensinar a dirigir aos domingos num terreno baldio, muito grande , que havia ao lado da nossa casa na Avenida João Felipe Calmon. Ficávamos dando voltas e voltas, eu , minhas irmãs e primas . O negócio virou atração na cidade. Enquanto a gente estava dando nossas voltas, todo mundo que passava queria parar para ver, juntava aquela multidão. Principalmente os meninos, os vendedores de picolé e os marmanjos também.
No fim de semana seguinte,quando meu pai foi dar a volta dominical no seu bugue no terreno,os meninos começaram a pedir para dirigir e queriam pagar para dar a volta. Lembro de papai chegando em casa com os bolsos cheios de dinheiro.
Ele vivia passeando com seu mini-bugue, foi quando ele foi nas festividades de inauguração da ponte do Interlagos(se é que um aterro pode se chamar de ponte)e um caminhão dando ré escapou de passar por cima por que não tinha visto. Foi por pouco!
Quando o verão chegou fomos nós para Conceição da Barra passar a temporada, é claro que o bugue foi também. Minhas irmãs adolescentes não largavam o bugue por nada, era até difícil para mim chegar perto de tão disputado. Mas de vez em quando tinha a chance . Andávamos com ele na beira da praia quando a maré estava bem baixa.
No fim do verão tínhamos que voltar para casa em Linhares. Não me lembro como o bugue chegou na Barra mas o retorno para Linhares foi inesquecível.
Papai tinha um Chevete branco, ele pegou umas cordas e amarrou esse bugue em cima. Ele entrou no carro e partiu rumo a Linhares, Masterson e Sheyla estavam indo de carona. Dizem que a viagem ia tranquila, mas papai gostava de correr um pouco, num certo ponto, numa curva as cordas não aguentaram. Arrebentaram levando o bugue pelos ares. O bugue ficou em estado irreparável.
Então, assim sem conserto , a sucata do bugue foi transferida para o nosso quintal aonde olhávamos com tristeza aquele que nos proporcionou tanta alegria e agora fazia parte apenas de nossas boas memórias.
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